Revista Eco-Pós
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Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJEscola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiropt-BRRevista Eco-Pós2175-8689<p> </p> <p>Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.</p> <p>Você tem o direito de:<br />- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.<br />- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.</p> <p>O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.</p> <p>De acordo com os seguintes termos:<br />- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.<br />- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.</p> <p><span style="font-family: Verdana;"><span style="font-size: small;">Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.</span></span></p>Constelação fílmica e motivo visual
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<p>No intuito de sedimentar os caminhos para a composição das constelações fílmicas, este artigo propõe experimentar com um possível eixo agregador de filmes: o motivo visual, conceito fértil nas artes visuais, mas ainda pouco trabalhado no cinema. A partir de uma metodologia comparatista, analisamos um motivo específico — o da piscina vazia no cinema brasileiro contemporâneo. Indício de decadência de classe, abandono, ruína ou crise, a piscina vazia é transversal em diferentes filmes como: O som ao redor (2012), Que horas ela volta? (2015), Alvorada (2021), Lambada estranha (2020), A felicidade das coisas (2021) e Sem Coração (2023).</p>Mariana SoutoLivia Azevedo Lima
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2025-11-112025-11-1128252555010.29146/eco-ps.v28i2.28310“Você não deveria estar gravando sem a nossa permissão”:
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<p>Historicamente os açoitamentos de pessoas negras eram tornados públicos nos pelourinhos como estratégia de controle social dos escravizados e ressarcimento moral dos colonizadores. Considerando que as imagens da negritude forjadas na escravização são atualizadas pelo <em>dispositivo de racialidade</em> (Carneiro, 2023), discutimos neste artigo como a difusão de imagens de violência sobre corpos negros pelo jornalismo e nas redes sociais podem resultar em uma espiral de violência (Martín-Baró, 2012) e terminar por constituir um pelourinho midiático que contribui para o reforço do <em>contrato racial</em> (Mills, 2023).</p>Josué Gomes Nayara Luiza de SouzaPedro Henrique Magalhães MendonçaPâmela Guimarães-Silva
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2025-11-112025-11-1128255157510.29146/eco-ps.v28i2.28347A Mídia Guajajara contra a tese do Marco Temporal
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<p>Este trabalho analisa as ações comunicativas do perfil @MidiaGuajajara, coletivo do povo Guajajara da Terra Indígena Rio Pindaré (MA), no Instagram, no contexto da mobilização contra a tese do Marco Temporal. Parte-se da hipótese de que o perfil articula práticas comunicativas descoloniais, com conteúdos que expressam luta e resistência frente à comunicação hegemônica. A análise foca em publicações com a hashtag #marcotemporalnão, utilizando etnografia digital e análise de discurso para redes sociais. Conclui-se que a Mídia Guajajara atuou de forma consistente na produção, curadoria e disseminação de conteúdos descoloniais sobre o Marco Temporal durante o período da pesquisa.</p>Jéssica de CarneiroAdison Cesar Sousa dos SantosCelia Regina Trindade Chagas AmorimVânia Maria Torres da CostaWalter Teixeira Lima Júnior
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2025-11-112025-11-1128257659910.29146/eco-ps.v28i2.28334A perspectiva decolonial na Agenda 2030 da ONU
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<p>O artigo discute a comunicação a partir de uma perspectiva decolonial e Sul Global. Por meio de pesquisa bibliográfica, reflete sobre os impactos da colonialidade do poder (Quijano, 2005) na teoria e na prática comunicacional. Parte-se do entendimento de que a comunicação decolonial emerge dos grupos sociais historicamente subalternizados pelas lógicas da colonização (Torrico, 2019) e, portanto, é plural e democrática. O texto aponta direções para que a comunicação seja pensada a partir de uma perspectiva decolonial e sugere a metodologia de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) específico para a comunicação, no contexto de tradução e territorialização da Agenda 2030 da ONU, como um eixo transversal fundamental para promover uma cultura dos ODS nas nossas realidades locais do Sul Global.</p>Raquel CabralDiuan Feltrin
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2025-11-112025-11-1128260062210.29146/eco-ps.v28i2.28381Currículo x Raça:
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<p><em><span style="font-weight: 400;">A partir dos ementários dos cursos de Jornalismo, este artigo revela a pouca existência de disciplinas que tratem da questão racial negra nas universidades federais da Bahia, Pará e Maranhão, os três estados mais negros do Brasil. As disciplinas são avaliadas a partir de dois critérios - título e ementa - e a análise documental é feita em perspectiva transmetodológica (MALDONADO, 2020), para considerar componentes como a subjetividade dos autores como parte da investigação. Ao todo, 180 disciplinas foram escrutinadas, dos quais apenas 16 tratam da pauta em questão. Consideramos que: no país mais negro fora de África, a irrisória perspectiva deste povo na formação de profissionais que constróem imaginários denuncia uma prática epistemicida que dialoga com o histórico de universidade e com o perfil racial do professor universitário e do jornalista brasileiro.</span></em></p>Luan Matheus SantanaSarah Fontelle SantosBruno de Castro Brito
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2025-11-112025-11-1128262364410.29146/eco-ps.v28i2.28367Marcadores das africanidades nas concepções de nascimento vida e morte de pessoas negras no interior do Piauí
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<p>Esta pesquisa investiga os marcadores das africanidades nas concepções de nascimento, vida e morte entre pessoas negras em Corrente, interior do Piauí. Inspirada na Escrevivência de Conceição Evaristo, a abordagem revela como experiências individuais refletem vivências coletivas. Observa-se a perda de referências africanas e a dificuldade da comunidade em reconhecê-las como parte de sua ancestralidade. No entanto, as religiões afro-brasileiras e de matriz africana emergem como guardiãs dessas concepções, oferecendo caminhos de reconexão identitária e saúde mental. A pesquisa contrapõe a visão ocidental da morte e aponta para a resistência e esperança presentes nas raízes africanas do povo negro piauiense.</p>Carla Fernanda de LimaLetícia Pereira Louzeiro
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2025-11-112025-11-1128264566910.29146/eco-ps.v28i2.28324“Quilombos do Brasil”: identidade e território na série do jornal Folha de S. Paulo
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<p>A pesquisa tem como objetivo analisar as representações sobre a pauta quilombola nos textos que compõem a série de reportagens “Quilombos do Brasil”, produzida pela Folha de S. Paulo em parceria com a Fundação Ford. Tem como amostra as 45 publicações veiculadas no periódico entre março e junho de 2023, caracterizada por textos informativos e opinativos. De abordagem qualitativa, a investigação utiliza a análise de conteúdo para descrição e categorização dos temas tratados, interpretados a partir da perspectiva que considera o sentido, a cultura e a representação como constituintes que se articulam na formação de uma significação. Os resultados demonstram o predomínio de uma angulação de enfoque territorial nas pautas da série, destacando a necessidade de reconhecimento, certificação, identificação, demarcação e titulação dos territórios quilombolas.</p>Isadora RibeiroIvonete da Silva LopesJéssica Suzana Magalhães Cardoso
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2025-11-112025-11-1128267068810.29146/eco-ps.v28i2.28192Mapas, latas e caixas viajantes
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<p>O trabalho mostra o Bairro Jangurussu, que recebeu o aterro sanitário da cidade de Fortaleza por 20 anos, entre 1978 e 1998, a partir da análise das produções culturais de moradores, sobretudo canções da Banda Caixeiros Viajantes, formado por jovens periféricos, bem como a produção visual de artistas de rua, materializada em graffitis e pixos nas paredes do Conjunto José Euclides Ferreira Gomes. Este repertório musical é audível, assim como as imagens e textos em circulação nas empenas dos prédios nos permitem acessar as dificuldades e demandas dessa população, suas formas de organização e luta em torno da produção dos territórios que habitam. Percorremos o local guiado pelo mapa afetivo do artista Pedro Viajante. Nessa caminhada, gravamos entrevistas, captamos som ambiente, fotografamos e filmamos. Uma proposta metodológica de etnografia sensorial que leva em consideração a experiência, a percepção e as categorias sensoriais para se falar sobre os modos de estar no lugar.</p>Silvia Helena BelminoPedro Silva MarraAntonio Laurindo de Holanda Paiva Filho
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2025-11-112025-11-1128268971410.29146/eco-ps.v28i2.28384Vince, o Piranhão e o Cuir
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<p>Portfólio do dossiê "Rastros Queer na Comunicação"<br>Revista Eco-Pós, volume 28, número 2, 2025.</p> <p>Arte gráfica: Henry Fragel</p>Denilson Lopes
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2025-11-112025-11-11282Em defesa da disco, 40 anos depois
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<p>Esta palestra de Richard Dyer aconteceu no dia 13 de maio de 2025 durante o curso de extensão “A arte na festa, a festa na arte”, ministrado pelo professor Denilson Lopes, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP). No evento, o professor emérito em Estudos de Cinema do King’s College de Londres revisitou o seu texto seminal “<em>In defense of disco</em>”, publicado originalmente em 1979 no número oito da revista socialista britânica <em>Gay Left</em>. No formato de conversa e entremeado de perguntas do público, Dyer fala 40 anos depois do choque que o levou a escrever o texto, da sua experiência de ir às boates para dançar Diana Ross e de estar engajado nas políticas gays da esquerda no início da década de 1980.</p>Richard Dyer
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2025-11-112025-11-11282294610.29146/eco-ps.v28i2.28605Queer contra o gênero
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<p>Apresento uma estória pessoal a partir da minha relação com os estudos queer e o contexto da arte desde os anos 1990 através dos afetos, campo que me interessa mais do que o próprio debate de gênero. Talvez hoje, todo o corolário sobre papeis e posições, binarismos e fluidez não tenham tido uma centralidade na minha leitura. Pela via dos afetos, busco as imagens e deixo elas falarem. Diante da compulsão do último século e do atual de falar de si, vislumbro a aventura da invisibilidade, do silêncio, do sublime a partir do queer.</p>Denilson Lopes
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2025-11-112025-11-11282475910.29146/eco-ps.v28i2.28610Performando desidentificações
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<p>Na introdução de <em>Desidentifications: queer of color and the performance of politics<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><strong>[1]</strong></a></em>, José Esteban Muñoz define a “desidentificação” como um gesto de abertura a um modo de vida <em>queer</em>. Através da performance da artista Marga Gomez, o autor cubano-americano constrói um diálogo engajado com a sua própria memória desde que emigrou para Miami. Da cama da Marga, Muñoz faz das línguas de Marlon Riggs um encontro entre Capote, Warhol e Basquiat, sem tratar teóricas feministas como Lonie, Barbara Smith, Anzaldúa e Moraga como divas. No panorama das identidades-em-diferença, a desidentificação faz parte de um desejo de expandir em comunidade e pelo que nos diferencia.</p>José Esteban Muñoz
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2025-11-112025-11-112826010910.29146/eco-ps.v28i2.28607Tracy, a Detetive Sapatona, e a Rainha do Baile:
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<p><em>O artigo reluz o universo de Cherry Grove, uma comunidade de gays e lésbicas em Fire Island, acompanhando suas dinâmicas de poder e representação. Esther Newton examina a eleição de uma lésbica como rainha do baile, evento tradicional da comunidade, cujo cargo deve ser ocupado por um homem gay em drag, segundo uma regra tácita. A eleição de Joan Van Ness desestabiliza essa regra e desencadeia reflexões sobre identidade, gênero e poder. Ao analisar as reações da comunidade e as implicações desse ato simbólico, Newton nuança as complexas interações entre diferentes grupos, destacando tensões e alianças que moldam as relações sociais nesse contexto.</em></p>Esther Newton
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2025-11-112025-11-1128211015410.29146/eco-ps.v28i2.28611Dragficar a comunicação:
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<p><em>Neste artigo, procuro perceber como efeitos éticos e estéticos das expressões de si presentes nas poéticas artísticas aliados às corporalidades das cantoras da cena musical drag brasileira impactam sobre a experiência de pessoas que vivem nas bordas sociais em razão de seus corpos, identidades de gênero ou sexualidades. Considero que esta produção discursiva é um empreendimento artístico na construção de formas de representatividade para vivências queers. Desta maneira, acredito que os efeitos estéticos de tais expressões são capazes de fortalecer laços de pertencimento, de criar formas de ver a si e ao mundo, bem como de dizer das necessidades e das maneiras LGBTQ+ de existir.</em></p>Carlos Magno Camargos Mendonça
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2025-11-112025-11-1128215517910.29146/eco-ps.v28i2.28527Queer As Folk
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<p>Desenha-se uma leitura semiótica de <em>Queer As Folk</em> (1999), narrativa pertinente para refletir sobre como a cultura pop foi moldando uma “gaycidade” que as séries hoje abordam como tema e problema. A vinte e cinco anos de sua estreia, o artigo questiona como reinterpretamos o legado cultural de uma série que funcionou como dispositivo de educação sexual para toda uma geração, tensionando uma identidade expropriada pelo mercado e as formas autênticas de vida que buscava representar. Em diálogo com os estudos <em>queer</em>, observa-se esta forma de consumo como espaço de produção identitária que articula imaginários da cultura gay a partir de duas tendências mais próprias da cultura pop: um interesse biográfico que situa o protagonista nos margens da <em>bildungsroman</em>, e uma inclinação para certa experiência de transbordamento, condizente com uma subjetividade pós-moderna. Entre a estereotipação e a audácia de televisualizar a dissidência, e entre o manjado testemunho biográfico e a explosão sexual pós-moderna, <em>Queer As Folk</em> é testemunho de um modo sempre conflitivo de retratar a experiência gay na cultura de massa.</p>Ariel Gómez Ponce
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2025-11-112025-11-1128218019910.29146/eco-ps.v28i2.28609Travecas Travessas: vozes dissidentes na cena pop-periférica
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<p>Este artigo analisa as performances do trio travesti <em>Travecas Travessas</em> na cena musical pop-periférica de Bauru (SP), investigando como corpo, som e estética se tornam tecnologias de enfrentamento político, expressão identitária e reconfiguração territorial. A partir de uma imersão comprometida e anotada em suas apresentações e práticas artísticas entre 2023 e 2024, observa-se como essas artistas elaboram um artivismo transfeminista que tensiona normas de gênero, sexualidade e pertencimento em contextos urbanos do interior paulista. Com destaque para a noção de atravecamento, discute-se como suas produções performáticas instauram uma estética da putaria que desestabiliza os regimes cisheteronormativos e reinscreve subjetividades travestis em espaços tradicionalmente interditos. O artigo propõe compreender tais práticas como formas de reexistência e criação cultural nos interstícios da cena pop-periférica brasileira.</p>Larissa PelúcioLeonardo Maciel
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2025-11-112025-11-1128220022210.29146/eco-ps.v28i2.28514Diálogos entre estudos lésbicos e teoria queer nos periódicos da Comunicação no Brasil
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<p><em><span style="font-weight: 400;">Como os estudos em lesbianidades tensionam e contribuem para as pesquisas em comunicação que adotam uma perspectiva queer? Este texto se ampara em mapeamento de artigos publicados com o termo “lésbica” no campo da comunicação para entender como tem se dado a pesquisa a partir de olhares dissidentes. Para tal, apresenta as contribuições do pensamento lésbico para a teoria queer; analisa, nos artigos publicados em periódicos brasileiros da Comunicação, aqueles que se centram nas lesbianidades; e, com base nessa discussão, debate as relações entre lesbianidades, teoria queer e Comunicação no Brasil. Como parte das considerações finais, defende que, quando se apoiam em concepções interseccionais, escapam aos moralismos e/ou criticam a homonormatividade, os textos sobre lesbianidades se aproximam mais de uma perspectiva queer, propondo que esta vá além das referências teóricas e componha uma epistemologia dos estudos de gênero e sexualidade na Comunicação.</span></em></p>Paula Silveira-BarbosaDayane do Carmo BarretosRaabe BastosKellen do Carmo XavierJoana Ziller
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2025-11-112025-11-1128222324910.29146/eco-ps.v28i2.28492Reparação de dados e tecno-resistência trans no projeto Eu Existo
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28520
<p>Este artigo, fundamentado no diálogo entre os estudos de tecno-resistência e os estudos queer no campo das tecnologias digitais, busca compreender como diferentes grupos LGBTQIAPN+ têm se organizado para enfrentar as desigualdades impostas pelos sistemas algorítmicos. Para isso, concentra-se na análise do projeto Eu Existo, uma parceria entre o grupo Égalitrans, a agência Publicis Brasil e a ONG Casarão. O objetivo da iniciativa é criar um banco de dados com fotos de pessoas trans, contribuindo para a inclusão dessa população em sistemas de reconhecimento e representação digital. A partir de um estudo de caso e entrevistas com os idealizadores, o artigo demonstra que é possível construir uma agência reativa capaz de enfrentar as lacunas e os preconceitos de gênero presentes na cultura algorítmica.</p>Noah Rosa Kérley Winques
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2025-11-112025-11-1128225027210.29146/eco-ps.v28i2.28520Para um desenho do próprio corpo
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28529
<p>O design configura-se como um campo simbólico que materializa discursos e valores ao produzir noções sobre o corpo e representações pautadas pela normatividade. Este artigo apresenta elaborações teórico-metodológicas voltadas à compreensão de como a linguagem visual contribui para os processos de construção de corpos dissidentes. O objetivo é investigar o diálogo entre o design e os estudos queer, visando práticas e estratégias contranormativas. O referencial teórico mobilizado articula os conceitos de tecnologias de gênero (Lauretis, 1994), contravisualidade (Mirzoeff, 2016), contrassexualidade (Preciado, 2015) e a proposta de queerizar o design (Portinari, 2017). A pesquisa foi estruturada em duas etapas: bibliográfica e exploratória. Como resultado, apresenta-se o experimento <em>Tecnomorfo</em>, que tensiona normas de gênero e corporeidade, provocando reflexões sobre os modos de existência e representação.</p>Julianna Nascimento TorezaniRian Santos de Souza
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2025-11-112025-11-1128227329610.29146/eco-ps.v28i2.28529Arquiteturas das masculinidades
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<p>Neste ensaio, investigamos as arquiteturas das masculinidades a partir da complexa imbricação entre sexo, gênero, desejo, prática sexual e subjetividade — dimensões que associamos à experiência do contato entre o si e o outro. Privilegiamos os encontros entre corpos historicamente classificados como histéricos, por resistirem às normatividades que regulam a sexualidade. Analisamos os romances <em>Socorro!: estou morrendo de AIDS</em> (1987), de Carraro, <em>Puta</em> (1987) e <em>Folle</em> (2004), de Arcan. Com base na psicanálise, nas filosofias pós-estruturalistas e na teoria queer, elaboramos duas cenas de contato que tensionam os binarismos. As autoras operam uma inversão no jogo de espelhos da tradição, subvertendo o lugar da mulher e da feminilidade como objeto dos saberes e poderes masculinos.</p>Cassiana StephanMarcelo MassucatoThiago Ranniery
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2025-11-112025-11-1128229731910.29146/eco-ps.v28i2.28528“Eu Sou Um Boiola Muito Desbocado”
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28531
<p><em>O objetivo dessa pesquisa é compreender como criadores de conteúdo LGBT+ entendem seu papel ao resenhar criticamente obras com o mesmo recorte e como lidam com questões envolvendo credibilidade e conflitos de interesse. Também buscaremos refletir sobre como esse movimento de resenhas literárias digitais realizadas por criadores pode ou não ser inserido dentro da crítica literária tradicional. Para isso, realizamos entrevistas semiestruturadas com três criadores de conteúdo e investigamos a trajetória da crítica literária. Neste estudo, recorremos à noção de cultura de participação de Clay Shirky (2011). Assumimos também uma perspectiva queer para analisarmos a prática amadora dessas críticas literárias, recorrendo ao conceito de fracasso de Jack Halberstam (2020). Como resultado, foi possível identificar uma ética de trabalho e um ciclo do fracasso como potência.</em></p>Jonas Maria Siqueira VilelaIssaaf Karhawi
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2025-11-112025-11-1128232034410.29146/eco-ps.v28i2.28531Corpos que fracassam
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28508
<p>O trabalho investiga o longa-metragem Inferninho (Guto Parente e Pedro Diógenes, 2018), com o objetivo de investigar as relações entre espaço e corpos <em>queers</em>, entendidos a partir da lógica do artifício e da fantasia. Partimos da hipótese de que os sujeitos dissidentes apresentados no filme mobilizam um conjunto de estratégias relacionadas ao fracasso, à imaginação e às variações do corpo, que propõem modos de vida e de estar juntos, ou ainda, de imaginar comunidades. Ao fracassar em tornar-se sujeitos inteligíveis a partir da norma, os personagens tensionam politicamente os termos do reconhecimento social. O ensaio mobiliza autores da teoria <em>queer</em> contemporânea (Butler, 2018, 2019a, 2019b, 2021, 2022; Edelman, 2004; Halberstam, 2005, 2020), em diálogo com as proposições da biopolítica (Foucault, 2013, 2014; Canguilhem, 2009).</p>João Victor de Sousa Cavalcante
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2025-11-112025-11-1128234536710.29146/eco-ps.v28i2.28508“Bixa Preta” no Instagram
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28502
<p>Este texto se propõe a discutir as expressões de masculinidades negras homoafetivas através de noções sobre a "Bixa Preta" na rede social Instagram. Para tanto, metodologicamente, a coleta de material e análises foram feitas através da Cartografia (Deleuze; Guattari, 2011). Já para o suporte teórico, contamos com as discussões de Veiga (2019), Francisco (2019), Akotirene (2019), Oliveira (2017) e Feenberg, (1995). Através do material coletado, foi possível observar expressões de masculinidades negras homoafetivas que divergem de concepções normativas de virilidade, as quais se distanciam da noção de “Negão” e se constituem em torno da “Bixa Preta”, com multiplicidade de corpos e vestimentas. Além disso, apontamos para as expressões de “Bixa Preta” no Instagram como um processo de (des)continuidade, pois o discurso-imagético se apresenta como uma afirmação positiva de ressignificação das masculinidades negras homoafetivas.</p>Geovane Pereira da SilvaMichel Alves Ferreira
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2025-11-112025-11-1128236839110.29146/eco-ps.v28i2.28502Zazá: rastros de uma vida queer nos arquivos de repressão
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28504
<p><em>O artigo propõe uma escrita histórica da homossexualidade a partir da análise do testemunho de Zazá, personagem documentado em pesquisa criminológica publicada em 1939. Utilizando uma perspectiva teórico-metodológica queer, o trabalho valoriza os rastros, fragmentos e silêncios como formas legítimas de narrar experiências dissidentes apagadas pela historiografia tradicional. Ao subverter o uso repressivo dos arquivos médicos e policiais, o estudo revela estratégias de resistência, redes de sociabilidade e formas de prazer cultivadas por sujeitos homossexuais nas primeiras décadas do século XX. A partir do relato de Zazá, o texto evidencia como subjetividades foram produzidas no entrecruzamento entre dominação e resistência, constituindo uma memória queer que persiste nas margens da história.</em></p>Vinícius Ferreira
Copyright (c) 2025 Vinícius Ferreira
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2025-11-112025-11-1128239241610.29146/eco-ps.v28i2.28504Monstros nunca morrem
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28501
<p>Este artigo analisa o espetáculo <em>Mayhem on the Beach</em>, apresentado por Lady Gaga em 2025 na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, como uma ópera monstruosa que articula colapso, espetacularização e fabulação especulativa. Ancorado na teoria queer, nos estudos da performance e na estética da monstruosidade, argumenta-se que Gaga transforma corpo e voz em superfícies de afetação coletiva, dramatizando a vulnerabilidade enquanto gesto estético e político. A figura do monstro — elemento recorrente em sua trajetória e ritualizado no monólogo Monsters never die — inscreve-se como uma linguagem de resistência que convoca uma comunidade LGBTQIA+ que sobrevive na fratura e no excesso. O show configura-se, assim, como um acontecimento comunicacional capaz de reconfigurar o espetáculo pop em um espaço de subjetividades dissidentes, performando uma política da presença que reafirma: monstros nunca morrem.</p>Leonardo Mozdzenski
Copyright (c) 2025 Leonardo Mozdzenski
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2025-11-112025-11-1128241743210.29146/eco-ps.v28i2.28501Contraconduta de gênero e corporeidade intersexo no remake de Renascer
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28498
<p><em><span style="font-weight: 400;">Remakes de telenovelas têm se consolidado como estratégias narrativas para atualizar debates sociais relevantes. Em Renascer, exibida pela Rede Globo em 2024, reformulações de personagens ampliam a representação de gênero e das variações corporais intersexo. Este artigo analisa os discursos mobilizados na trama como dispositivos que promovem subjetivações e atuam na regulação dos modos de existência. A partir da transformação da personagem Buba — antes descrita como intersexo e agora reescrita como uma mulher trans — e da introdução de Cacau, um bebê intersexo, observa-se como a novela tensiona normas e visibiliza experiências dissidentes. A análise revela que tais narrativas instauram práticas de contraconduta, entendidas como formas de resistência aos modos hegemônicos de governamento da vida. O remake se configura, assim, como um espaço simbólico de disputa e ressignificação, promovendo a humanização das personagens e a emergência de novas possibilidades de existência.</span></em></p>Diego Gouveia MoreiraAdriana Maria Andrade de SantanaMaria Bianca Samara de Menezes Torres
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2025-11-112025-11-1128243345610.29146/eco-ps.v28i2.28498Hiperanthropia
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28495
<p>O artigo analisa a história em quadrinhos <em>Pillow Talks</em> (2022), de Sasyk, com foco na construção da hiperanthropia como metáfora para o HIV/AIDS. A partir da relação entre os personagens Nico e Dazai — marcada por manifestações visuais que remetem aos sintomas da hiperanthropia — investiga-se como a obra mobiliza metáforas visuais para explorar afetos, estigmas e experiências de adoecimento no contexto das relações homoafetivas. A abordagem metodológica qualitativa articula teorias da metáfora (Lakoff e Johnson), da representação cultural (Hall, Sontag) e das visualidades queer, examinando como os corpos dos personagens encenam tensões entre desejo, silêncio e exclusão. Conclui-se que a narrativa propõe uma fabulação crítica da soropositividade, deslocando os discursos biomédicos hegemônicos e ativando leituras sensíveis sobre o estigma e a convivência com o HIV.</p>Nataly Costa Fernandes AlvesFellipe de Albuquerque RodriguesOctavio Carvalho Aragão Júnior
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2025-11-112025-11-1128245748110.29146/eco-ps.v28i2.28495Pornô subversivo
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28516
<p>Este artigo contextualiza e analisa as estratégias mediáticas empregadas pelo <em>Movimento de Arte Pornô</em> (MAP) durante o processo de redemocratização do Brasil no início dos anos 1980 — um período marcado pela transição política, pelo conservadorismo moral e pela crescente circulação da pornografia hardcore na América Latina. Ao revisitar uma parte do repertório literário, visual e performático do MAP, o artigo explora como o coletivo desenvolveu uma estética “artivista” que desafiava representações normativas da sexualidade e interrogava a divisão entre o público e o privado que estruturava tanto a expressão artística quanto a política sob os legados autoritários. Embora estudos recentes tenham enfatizado a ascensão da política identitária e o florescimento da imprensa alternativa e da literatura marginal nesse período, tais abordagens frequentemente permanecem limitadas por categorias estáveis de identidade e/ou orientação sexual. Este artigo argumenta que as intervenções do MAP — especialmente seus manifestos, zines, performances centradas no corpo e provocações poéticas com palavrões — cultivaram uma política sexual radical que ia além da afirmação de identidade, abraçando o prazer subversivo da dissidência sexual de maneira que hoje ressoa com o conceito teórico de “queer”. Ao ressignificar a obscenidade e a indecência por meio de mídias menores e formatos efêmeros, o MAP transformou o erótico em uma força sensorial pública, capaz de desestabilizar tanto parâmetros estéticos quanto o estigma social. Assim, o artigo insere o MAP em debates transnacionais mais amplos sobre pornografia e demonstra como o uso experimental de símbolos subversivos por parte do coletivo complicou noções de politização e compromisso revolucionário. Em última instância, a produção cultural do MAP é lida como um arquivo gerador de uma política sexual em transição, revelando o potencial das práticas artísticas para desestabilizar e reinventar a vida pública por meio de formas de expressão corporificadas e indisciplinadas</p>Alejandro Munera
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2025-11-112025-11-1128248250710.29146/eco-ps.v28i2.28516Um Corpo Que Escreve É Um Corpo Que Fode
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28588
<p><em>McKenzie Wark aceita o desafio de não apenas escrever as memórias do breve mas intenso relacionamento com a romancista Kathy Acker, amiga e amante, pouco antes de sua morte, mas também sistematizar conceitos que atravessam toda a obra literária do ícone do movimento punk. Sob a rúbrica da autoficção, Wark destaca momentos pivotais da relação com Acker para sua compreensão como mulher trans. A partir do mito grego de Atena e Aracne, segue as pistas de uma filosofia para aranhas, que não configura uma sabedoria contemplativa para homens livres, mas é produzida na práxis para mulheres, escravos e animais, um ethos de escrita como reprodução mecânica que rompe com as convenções das propriedades intelectuais: uma baixa teoria.</em></p>Henry Fragel
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2025-11-112025-11-1128271572310.29146/eco-ps.v28i2.28588 Estudos queer na contramão do elitismo acadêmico
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28600
<p><span style="font-weight: 400;">O livro </span><em><span style="font-weight: 400;">Poor Queer Studies</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2020), de Matt Brim, propõe uma reflexão crítica sobre as condições materiais em que se desenvolvem os Estudos Queer em contextos acadêmicos empobrecidos, tomando como laboratório sua própria experiência docente no </span><em><span style="font-weight: 400;">College of Staten Island (CUNY)</span></em><span style="font-weight: 400;">. Em contraste com as universidades de elite, Brim evidencia como o sucateamento institucional, a condição de primeira geração universitária, o pertencimento racializado e a necessidade de conciliar estudo, trabalho e cuidado marcam profundamente a formação de seus alunos. Sua abordagem metodológica parte da observação etnográfica e pedagógica do cotidiano em sala de aula, valorizando situações corriqueiras – como mães que levam filhos para as aulas ou estudantes que adaptam leituras ao ambiente familiar – como práticas que ampliam o sentido da pedagogia queer. O autor defende a construção de “estudos queer pobres”, que reconheçam a precariedade como componente constitutivo do campo e como potência crítica frente ao elitismo acadêmico. Ao enfatizar arquivos, experiências e saberes periféricos, Brim propõe redes de solidariedade e circulação de conhecimento que enfrentam não apenas a normatividade de gênero e sexualidade, mas também a desigualdade socioeconômica que estrutura a própria universidade.</span></p>Pedro Félix
Copyright (c) 2025 PEDRO FELIX
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2025-11-112025-11-1128272473210.29146/eco-ps.v28i2.28600Cosmologia artística de uma criatura flamejante, no livro O Brasil de Jack Smith: arte queer, tropicalista e underground, de Ana Gabriela Dickstein
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28616
<p>Essa resenha analisa o livro O Brasil de Jack Smith: Arte Queer, Tropicalista e Underground, de Ana Gabriela Dickstein, o qual apresenta a trajetória, o repertório e o perfil criador do multiartista Jack Smith, precursor da arte queer e do cinema expandido, e personagem emblemático da cena Underground dos anos 1960/1970, nos Estados Unidos. Nessa trajetória artística narrada figuram situações, elementos e personagens que revelam a relação de Smith com o Brasil: uma viagem pouco conhecida ao Rio de Janeiro; o uso de música brasileira na trilha sonora de alguns de seus filmes experimentais, e o encontro entre Jack Smith e Hélio Oiticica, em Nova York.</p>Andréa Almeida de Moura Estevão
Copyright (c) 2025 Andréa Almeida de Moura Estevão
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2025-11-112025-11-1128273374310.29146/eco-ps.v28i2.28616Rastros e camuflagens queer na Comunicação
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28613
<p>Apresentação do dossiê Rastros e camuflagens queer na Comunicação na Eco-Pós.</p>Ribamar OliveiraThiago Soares
Copyright (c) 2025 Ribamar Oliveira, Thiago Soares
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2025-11-112025-11-1128211510.29146/eco-ps.v28i2.28613Apresentação editorial e expediente
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28612
<p>Apresentação editorial e expediente <br>Revista Eco-Pós, v. 28, n. 2, 2025</p>Fernanda BrunoMarcelo Kischinhevsky Lucas Murari
Copyright (c) 2025 Fernanda Bruno, Marcelo Kischinhevsky , Lucas Murari
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2025-11-112025-11-11282162110.29146/eco-ps.v28i2.28612Nos Tempos de Igor Sacramento
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28608
<p>Este texto homenageia o professor e pesquisador Igor Sacramento (1983-2025), jovem expoente dos estudos em Comunicação, História e Saúde no Brasil. Pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Laces/Icict/Fiocruz) e professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM/UFRJ), faleceu de forma precoce em Paris enquanto cursava um pós-doutorado. Igor foi meu orientador por cinco anos, durante o mestrado e metade do meu doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Evidencio aqui três pontos em comum: as telenovelas que tanto amamos e foi o primeiro elo que nos uniu, seu amor pela transformação a partir da educação e a identificação de homens gays negros no espaço acadêmico.</p>Rhayller Peixoto
Copyright (c) 2025 Rhayller Peixoto
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2025-11-112025-11-11282222810.29146/eco-ps.v28i2.28608Anjos, putas, bichas e a pornoliturgia punk de Bruce LaBruce sentam num bar
https://ecopos.emnuvens.com.br/eco_pos/article/view/28606
<p>Bruce LaBruce me perguntou o que o cartaz de <em>The Visitor</em> (2025) me disse e a partir deste encontro, entre pés e Passolini, encontrei uma cena<em> queercore </em>de uma Toronto punk no final dos anos 80. Em uma entrevista com o diretor canadense, dialogamos sobre anarquismo, pornografia e cinema pela beira de um passado noturno de bares lésbicos e festas de couro onde anjos, bichas, putas, misândricas, <em>skinheads</em>, zumbis, motoqueiros, ex-presidiários e todo um proletariado refazem um mundo pornolitúrgico que coloca o enlatado de Warhol como sopa a ser servida no escuro do <em>darkroom</em>. Se houver um apocalipse <em>queer</em>, Bruce LaBruce será o profeta de uma nova verdade que nunca existiu sobre o sexo.</p>Ribamar Oliveira
Copyright (c) 2025 Ribamar Oliveira
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2025-11-112025-11-1128274476810.29146/eco-ps.v28i2.28606