Uníssono e Balbúrdia: Sonoridades de protestos e manifestações políticas de rua no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i1.27445Resumo
Este artigo propõe-se a estudar a sonoridade das manifestações, protestos e comícios políticos no Brasil entre 2013 e 2019, sobretudo aqueles contrários ao Impeachment da presidenta Dilma Rouseff, à Reforma da Previdência, a Pec do teto de gastos e ao candidato eleito Jair Bolsonaro, convocados na internet, por meio da hashtag #elenão, durante a campanha eleitoral presidencial de 2018. Para tanto, escuta a sonoridade da balbúrdia e o do uníssono, encontrados com muita frequência nesses eventos. Por meio das vibrações audíveis produzidas em um protesto ou comício, partidos políticos e movimentos sociais buscam divulgar e conquistar adeptos, mas também mostrar poder e relevância a partir do número de correligionários que conseguem reunir no espaço público. Mostramos como cada uma dessas sonoridades cristaliza em vibrações sonoras as propostas, demandas e questões levantadas por cada uma das ações políticas nas ruas, fornecendo, portanto, sonoridades síntese de questões políticas.Downloads
Referências
BIRDSALL. Carolyn. Nazi Soundscapes. Sound, Technology and Urban Spaces in Germany, 1993-1945. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2012.
BULL, Michael. Sound moves: IPod culture and Urban Experience. New York: Routledge, 2007.
BUTLER, Judith. Corpos Políticos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembléia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
DAUGHTRY, Martin. Thanatosonics: ontologies of acoustic violence. In: Social Text, v. 119, 32, n. 2, p. 25-51, 2014.
__________________. Listening to War: Sound, music, trauma and survival in Wartime Iraq. Nova Iorque: Oxford University Press, 2015.
DENORA, Tia. Music in everyday life. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
FELD, Steven. Sound Structure as Social Structure. In: Ethnolusicology, v.28, n.3, p. 383-409, sep. 1984.
HARDT, Michael; NEGRI, Antônio. Multidão. Guerra e democracia na era do Império. Rio de Janeiro, São Paulo: Editora Record, 2005
LABELLE, Brandon. Sonic Agency. Sound and emergente forms of resistence. London: Goldsmiths Press, 2018.
MARRA, Pedro Silva. Vou ficar de arquibancada pra sentir mais emoção: Técnicas sônicas nas dinâmicas de produção de partidas de futebol do Clube Atlético Mineiro. 2016. 203f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e Comunicação Social, Niterói, 2016.
MAZER, Dulce, et. al. O estudo das sonoridades: perspectivas e epistemologias. In.: CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira, et. al. Poderes do som. Florianópolis: Insular, 2020, no prelo.
MENEZES, José Eugenio de Oliveira. Rádio e cidade: vínculos sonoros. São Paulo: Annablume, 2007.
RADOVAC, Lilian. Muting Dissent: New York City’s Sound Device Ordinance and the liberalization of the public sphere. In: Radical History Review 121, pp. 32-50, Janeiro, 2015
________________. Mic Check: Occupy Wall Street and the space of audition. In: Communication and Critical/Cultural Studies 11:1, pp. 34-41, Janeiro, 2014.
SILVA, Regina Helena Alves e ZIVIANI, Paula. Apresentação. In: SILVA, Regina Helena Alves (org.) Ruas e redes: Dinâmicas dos protestos BR. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
TAGG, Philip. Subjectivity and Soundscape, Motorbikes and Music. In: JÄRVILUOMA, Helmi (org). Soundscapes. Essays on Vroom and Moo. Tampere: Department of Folk Tradition, 1994
THOMPSON, E. P. Customs in common: Studies in traditional popular culture. Londres: Penguin Books, 1993
VALE, Ana Beatriz Moreto. Marcas audíveis do gesto político: contornos sócio-sonoros das carreatas eleitorais. In.: CASTANHEIRA, José Cláudio Siqueira, et. al. Poderes do som. Florianópolis: Insular, 2020, no prelo.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.