Quando a música fala pela personagem
o uso de canções românticas diegéticas em três filmes brasileiros contemporâneos
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27833Palavras-chave:
canção popular, amor romântico, trilha musicalResumo
Há uma tendência no cinema brasileiro contemporâneo de filmes românticos em que a música popular brasileira tem protagonismo e é o eixo da trama, costurando o desenrolar da narrativa. É o caso dos três filmes que serão analisados neste artigo: Paraíso Perdido (2018), de Monique Gardenberg; Todas as Canções de Amor (2018), de Joana Mariani e Música para Morrer de Amor (2019), de Rafael Gomes. Levando em consideração que a canção popular tem um texto poético associado a si, o objetivo é analisar o uso dessas canções amorosas como sub-roteiro de filmes brasileiros contemporâneos, ajudando a contar a história de amor dos pares amorosos e a revelar traços das suas personalidades. Observaremos como nos três filmes há uma crise entre o desejo pelo amor romântico (explicitado pelas músicas) e o amor contemporâneo, marcado pela fluidez, independência e descrença no casamento.
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