Quando a música fala pela personagem

o uso de canções românticas diegéticas em três filmes brasileiros contemporâneos

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27833

Palabras clave:

canção popular, amor romântico, trilha musical

Resumen

Há uma tendência no cinema brasileiro contemporâneo de filmes românticos em que a música popular brasileira tem protagonismo e é o eixo da trama, costurando o desenrolar da narrativa. É o caso dos três filmes que serão analisados neste artigo: Paraíso Perdido (2018), de Monique Gardenberg; Todas as Canções de Amor (2018), de Joana Mariani e Música para Morrer de Amor (2019), de Rafael Gomes. Levando em consideração que a canção popular tem um texto poético associado a si, o objetivo é analisar o uso dessas canções amorosas como sub-roteiro de filmes brasileiros contemporâneos, ajudando a contar a história de amor dos pares amorosos e a revelar traços das suas personalidades. Observaremos como nos três filmes há uma crise entre o desejo pelo amor romântico (explicitado pelas músicas) e o amor contemporâneo, marcado pela fluidez, independência e descrença no casamento.

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Biografía del autor/a

Breno Mota Alvarenga, PPGCine - Universidade Federal Fluminense

Doutorando em Cinema pela UFF, onde estuda a relação entre som e memória no cinema, mestre em Comunicação pela UFPE (2020) e graduado em Comunicação pela UFMG (2014). É também realizador audiovisual.

Fernando Morais da Costa, UFF

Professor associado do Departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Foi, recentemente, secretário acadêmico e membro do comitê científico da Socine - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual.  É autor de O som no cinema brasileiro (Rio de Janeiro: 7 letras, 2008).

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Publicado

2022-06-21

Cómo citar

Mota Alvarenga, B., & Costa, F. M. da. (2022). Quando a música fala pela personagem: o uso de canções românticas diegéticas em três filmes brasileiros contemporâneos. Revista Eco-Pós, 25(1), 39–61. https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27833