“Cais do Corpo”: o poder de imagens e vozes dissonantes na ressignificação da prostituição
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i3.27756Keywords:
Precariousness, Prostitution, Resignifying, Image, VoiceAbstract
This article is based on the audiovisual work of the Brazilian artist Virgínia de Medeiros entitled “Cais do corpo” (Body’s pier) to address the theme of the precariousness of lives and think about the possibilities of resistance to this process. The video exposes the violent and excluding effects of the “revitalization” process of Praça Mauá, in Rio de Janeiro, focusing on the prostitutes’ experiences of living and working in this region. From the video and also from ideas brought by contemporary authors, the work intends, first, to develop a critical discussion about the current society, especially the Brazilian one, with its techniques of silencing and eliminating populations considered nonhuman. Second, to argue that the artistic work, by betting on the power of subaltern subjects’ images and voices, is today an important space for resignifying identities socially put in the place of abjection and exclusion, such as that of prostitutes.
Downloads
References
ARANTES, Otília. Entrevista com Otília Beatriz Fiori Arantes. Rapsódia – almanaque de filosofia e arte, n. 2, 2002, p. 221-264.
AUGUSTO, Daniel (Diretor). Incertezas críticas (Documentário). São Paulo: Canal Curta, 2015. Disponível em: https://canalcurta.tv.br/filme/?name=georges_didihuberman. Acesso em jul. 2021.
BATAILLE, Georges. “L’abjection et les formes misérables”. In: Oeuvres Complètes, vol 2. Paris: Gallimard, 1970.
__________. “O objeto de desejo: a prostituição”. In: O erotismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p. 85-91.
BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
BENTO, Berenice. Necrobiopoder: quem pode habitar o Estado-nação? Cadernos Pagu, v. 53, n. 1, 2018, p. 1-16.
BIRMAN, Joel. Nada do que é humano me é estranho. In: Cartografias do feminino. São Paulo: Ed. 34, 1999, p. 133-176.
__________. Gramáticas do erotismo: a feminilidade e suas formas de subjetivação em psicanálise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
__________. Subjetivações, periculosidade e insegurança social na contemporaneidade. In: MALAGUTI, Vera (org.). A violência na berlinda. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2014, p. 63-82.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade (1990). Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2013.
__________. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo” (1993). São Paulo: N-1 Edições, 2019.
__________. Vida precaria: el poder del duelo y la violencia (2004a). Buenos Aires: Paidós, 2006.
__________. Deshacer el género (2004b). Barcelona: Paidós, 2012.
__________. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? (2009a). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
__________. Performatividad, precariedad y políticas sexuales. Revista de Antropología Iberoamericana, v. 4, n. 3, 2009b, p. 321-336.
CAVALCANTI, Céu; BARBOSA, Roberta; BICALHO, Pedro Paulo. Os tentáculos da Tarântula: abjeção e necropolítica em operações policiais a travestis no Brasil pós-redemocratização. Psicologia: ciência e profissão, v. 38, n. especial 2, 2018, p. 175-191.
CESAR, Marisa Flórido. Nas encruzilhadas da cidade e da arte. Diário do Nordeste, 30 jan. 2011, p. 1-3.
__________. A imagem da humanidade. In: Nós, o outro, o distante na arte contemporânea brasileira. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014, p. 231-264.
FERREIRA, Hércules. Onde a memória disputa: filosofia, patrimônio, prostituição. Dissertação (Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural) ¬¬– Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, 2019.
GONDAR, Jô. Ferenczi como pensador político. Cadernos de Psicanálise, v. 34, n. 27, 2012, p. 193-210.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
KRISTEVA, Julia. Powers of horror: an essay on abjection. New York: Columbia UP, 1982.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud (1992). Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
MACHADO, Gisele. A difusão do pensamento higienista na cidade do Rio de Janeiro e suas consequências espaciais. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, 2011, p. 1-19.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte. São Paulo : N-1 Edições, 2018.
MEDEIROS, Virgínia (Diretora). Cais do corpo (Vídeo-instalação). Rio de Janeiro: Projeto Visualismo, Arte, Tecnologia e Cidade, 2015. Disponível em: https://vimeo.com/312489744. Acesso em ago. 2021.
__________. Hic et Nunc – Virgínia de Medeiros. Canal do YouTube MuBE, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iYiIE1LtTIc. Acesso em 25 nov. 2021.
MENEZES, Lená. Entre denúncias e propostas: o tráfico de brancas e os bastidores migratórios em obras de época. História (São Paulo), v. 36, 2017, p. 1-23.
MOIRA, Amara. E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo Editora, 2018.
MOMBAÇA, Jota. A plantação cognitiva. MASP Afterall, n. 9, p. 1-12.
MORAIS, Aparecida; MATTOS, Mariana. Prostituição e feminismo: controvérsias, tensões e aproximações a partir do jornal Beijo da Rua. In: MORAIS, Aparecida; ARAUJO, Anna Bárbara; GAMA, Maria Clara (Orgs.). Diálogos feministas: gerações, identidades, trabalho e direitos. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2020, p. 61-80.
PORCHAT, Patricia. Um corpo para Judith Butler. Revista Periódicus, v. 1, n. 3, 2015, p. 37-51.
RAPOSO, Sérgio (Diretor). 5o Prêmio Marcantonio Vilaça – Virgínia de Medeiros (Vídeo). Rio de Janeiro: SESI, 2016. Disponível em: http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/canais/premio-marcantonio-vilaca-home/5-edicao-20152016/. Acesso em ago. 2021.
RETTO JR., Adalberto. Entrevista com Otília Arantes. Vitruvius, ano 14, out. 2013, p. 1-8.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.
SILVA, Claudielle. “Flores horizontais”: sociabilidade, prostituição e travestilidade na Zona do Mangue (1960-1970). Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
SILVA, Mariah Rafaela. Antropofagia virtual: processos de midiatização e práticas de insurgência corpo-identitárias no Brasil. Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, v. 3, n. 12, 2020, p. 158-185.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Revista ECO-Pós
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.