O modernismo seria uma alegoria?
Apontamentos sobre a crítica de Roberto Schwarz
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i3.28562Keywords:
Roberto Schwarz, crítica literária, alegoriaAbstract
Este artigo tem como objetivo examinar a crítica de Roberto Schwarz em duas vertentes. De um lado, sua leitura da obra de Machado de Assis, em Ao vencedor as batatas (1977) e Um mestre na periferia do capitalismo (1990); de outro, sua reflexão sobre o modernismo e o tropicalismo, em textos como O psicologismo na poética de Mário de Andrade (1995), Cultura e política, 1964-69 (1975), A carroça, o bonde e o poeta modernista (1987) e Verdade tropical: um percurso de nosso tempo (2012). A hipótese que orienta a análise é que, ao interpretar o tropicalismo como alegoria do Brasil, Schwarz aproxima-se das concepções de Walter Benjamin, em Origem do drama trágico alemão, e de György Lukács, em sua Estética. Em contrapartida, nas leituras de Machado, o princípio da volubilidade e a desfaçatez de classe podem ser compreendidos como alegorias no sentido formulado por Fredric Jameson, em Allegory and Ideology (2021) e em Third-World Literature in the Era of Multinational Capitalism.
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