As semioses do “tornar-se” negra em “Mulheres em Transição”
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i1.27399Resumen
Este artigo coloca em discussão o ato de assumir a identidade negra por meio da transição capilar representado na websérie “Mulheres em Transição”. Analisamos, a partir da semiótica peirceana, os capítulos das duas temporadas do conteúdo de marca veiculado pela Salon Line, por meio da marca Todecacho, verificando como a narrativa da websérie aborda cinco semioses sobre os cabelos crespos e cacheados: 1) negação dos cabelos naturais (semioses prévias); 2) início da transição capilar (primeira semiose apresentada); 3) transição capilar (segunda semiose apresentada); 4) reconhecer beleza nos cabelos naturais (terceira semiose apresentada); 5) motivar outras mulheres a aderirem ao uso dos cabelos naturais (semiose posterior). A análise aciona conceitos teóricos sobre a identidade das mulheres negras, em uma perspectiva interseccional, para discutir o “tornar-se negra” a partir dos cabelos crespos e cacheados, em um contexto de centralidade do capitalismo e do consumo.
Descargas
Citas
AKOTIRENE, Carla. O que é interseccionalidade?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
ARAUJO, Joel Zito. O negro na dramaturgia, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 979-985, Dez. 2008.
BERTH, Joyce. O que é empoderamento?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
CANCLINI, Néstor. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2008.
CAVALLEIRO, E. Discriminação racial e pluralismo em escolas públicas da cidade de São Paulo. In: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE (SECAD). Educação anti-racista: caminhos abertos pela lei federal nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (MEC-SECAD), 2005. p. 65-104.
CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/. Acesso em: 13 ago. 2018.
COVALESKI, Rogério. Idiossincrasias publicitárias. Curitiba: Maxim, 2013, 157.
DOS SANTOS, Nádia Regina Braga. Do black power ao crespo: A construção da identidade negra através do cabelo. (Trabalho de conclusão de Curso). Especialização em Mídia, Informação e Cultura. Universidade de São Paulo. São Paulo: USP. 2015. Disponível em: http://myrtus.uspnet.usp.br/celacc/sites/default/files/media/tcc/artigo_nadia.pdf
FREITAS, H. Transição capilar: mulheres abandonam alisamentos e assumem cabelos naturais. O Estado de S. Paulo. Emais. 05 mai. 2016. Disponível em: http://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,transicao-capilar-mulheres-abandonam-alisamentos-e-assumem-cabelos-naturais,1000004904. Acesso em 3 dez. 2018.
GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
GUIMARÃES CORRÊA, Laura; GUIMARÃES-SILVA, Pâmela; BERNARDES, Mayra; FURTADO, Lucianna. Entre o interacional e o interseccional: Contribuições teórico-conceituais das intelectuais negras para pensar a comunicação. Revista ECO-Pós, 21(3), 147-169, (2018).
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MCCRACKEN, Grant. Cultura & consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e das atividades de consumo. Rio de Janeiro: Mauad, 2010.
MENEZES, K.; TUZZO, S. Cidadania, racismo e mídia: a identidade do negro. Comunicação & Informação, v. 16, n. 1, p. 156-170, 1 out. 2013.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: ou As vicissitudes da Identidade do Negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
PEIRCE, Charles Sanders. Collected Papers of Charles Sanders Peirce. Cambridge: Harvard University Press, 1931.
PEREZ, Clotilde. Signos da marca: expressividade e sensorialidade. São Paulo: Thomson, 2017.
SODRÉ, Muniz. Claros e escuros: Identidade, Povo e Mídia e cotas no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
______. Uma lógica perversa de lugar. Eco Pós, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 9-16, 2018. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/22524. Acesso: 14 out. 2018.
SILVA, Paula Camila Soares; BRAGA, Angela Márcia da Sila. Transição Capilar: O cabelo como instrumento de política e libertação através da identidade e suas influências. IN: Anais do XX Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sudeste - Uberlândia - MG - 19 a 21/06/2015. São Paulo: Intercom. 2015. Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2015/resumos/R48-0059-1.pdf
SOUZA, Licia Soares. Contribuições da Semiótica de Peirce para os estudos da narrativa. Caligrama, São Paulo. v. 2, n. 1, 27 abr. 2006.
STEPAN, NL. Eugenia no Brasil, 1917-1940. In: HOCHMAN, G., and ARMUS, D., orgs. Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. História e Saúde collection, pp. 330-391.
TRUTH, Sojourner. E não sou eu uma mulher?. Ohio, Estados Unidos, 1851. Tradução: PINHO, O., Disponível em: https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/ Acesso em: 18 out. 2018.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista ECO-Pós
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.