Apanhador (Não Tão) Só: Acontecimento em rede e as afetações de uma ruptura de coerência expressiva
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i1.27551Resumo
Após a banda Apanhador Só fazer o lançamento da sua canção Linda, Louca e Livre, em agosto de 2017, Clara Corleone, ex-companheira de um dos integrantes do grupo, fez uma publicação em seu perfil pessoal no Facebook denunciando situações de abuso psicológico e violência física pelas quais teria passado ao longo do relacionamento. Ela teria sido motivada pela suposta associação que, naquele momento, a banda fazia com o movimento feminista latino-americano através da canção. O texto ganhou visibilidade e gerou uma significativa rede de debates, com características do que se entende como ciberacontecimento, provocando uma ruptura na coerência expressiva do grupo, na sua construção e performance identitária. Analisam-se aqui as afetações decorrentes desse processo através de postagens da banda, em sua página no Facebook, em relação ao ocorrido, bem como comentários a elas. Conclui-se que, para além de um processo de gerenciamento de crise momentâneo, com cancelamento de shows e tentativa de retratação por parte da banda, o acontecimento gerou repercussões possivelmente indeléveis, como o surgimento de ex-fãs.
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