Mapas, latas e caixas viajantes

As sonoridades do bairro Jangurussu nas canções dos Caixeiros Viajantes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i2.28384

Palavras-chave:

habitar, Jangurussu, Banda Caixeiros Viajantes, mapa afetivo, lixo

Resumo

O trabalho mostra o Bairro Jangurussu, que recebeu o aterro sanitário da cidade de Fortaleza por 20 anos, entre 1978 e 1998, a partir da análise das produções culturais de moradores, sobretudo canções da Banda Caixeiros Viajantes, formado por jovens periféricos, bem como a produção visual de artistas de rua, materializada em graffitis e pixos nas paredes do Conjunto José Euclides Ferreira Gomes. Este repertório musical é audível, assim como as imagens e textos em circulação nas empenas dos prédios nos permitem acessar as dificuldades e demandas dessa população, suas formas de organização e luta em torno da produção dos territórios que habitam. Percorremos o local guiado pelo mapa afetivo do artista Pedro Viajante. Nessa caminhada, gravamos entrevistas, captamos som ambiente, fotografamos e filmamos. Uma proposta metodológica de etnografia sensorial que leva em consideração a experiência, a percepção e as categorias sensoriais para se falar sobre os modos de estar no lugar.

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Publicado

11-11-2025

Como Citar

Belmino, S. H., Marra, P. S., & de Holanda Paiva Filho, A. L. (2025). Mapas, latas e caixas viajantes: As sonoridades do bairro Jangurussu nas canções dos Caixeiros Viajantes. Revista Eco-Pós, 28(2), 689–714. https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i2.28384