O cinema intersticial de Myriam Angueira:
autoinscrição, cosmologia e história Mapuche
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i2.27656Palabras clave:
Colonialidade, Cinema indígena, História Mapuche, Documentário, Povos origináriosResumen
Este estudo analisa o cinema documentário de Myriam Angueira com o objetivo de problematizar as dimensões históricas, autobiográficas e cosmológicas em Newen (2014) entre a colonialidade e a decolonialidade. Fundamenta-se na perspectiva cosmológica Mapuche, nos estudos de cinema, históricos e antropológicos. No diálogo com outras cinematografias, intercalando a poética do recuo e participativa, o olhar de dentro e de fora, o espaço fílmico e histórico, as forças narrativas imanentes dos objetos e da natureza, propõe um percurso sobre, através, com e a partir do documentário Newen. Constata-se que, em situação de colonialidade, de uma escrita indireta de si, autorreferencial e cosmológica, a porosidade das formas e as zonas incontroláveis da linguagem, uma escritura fílmica do mundo histórico não se sedimenta sem mutações, fricções e fissuras, o que se verifica no estado intersticial do seu corpo narrativo, entre o Eu e o Outro, o espaço fílmico e o espaço histórico, a história e a cosmologia Mapuche.
PALAVRAS-CHAVE: Colonialidade. Cinema indígena. História Mapuche. Documentário. Povos originários.
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