Engrenagens Contrariadas
Três pontos de inflexão entre imagem e poder no século XXI
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i1.28049Palavras-chave:
imagem, técnica, poder, modulação, críticaResumo
Desde seu surgimento, a imagem técnica, em particular, a cinematográfica, distingue-se das demais formas de representação que eclodem no espírito do capitalismo industrial. De tal maneira que as mesmas câmeras que possibilitaram a construção da linguagem cinematográfica estiveram ligadas historicamente às tecnologias de controle e vigilância dos trabalhadores na fábrica, como podemos observar no célebre fragmento dos irmãos Lumière. Atualmente, o corpo da imagem técnica é atravessado por paradigmas de computação como as redes neurais artificiais, cruciais para compreendermos as táticas de renovação da vigilância. Este ensaio argumenta que o Cinema, enquanto dispositivo capaz de desprogramar o algoritmo, pode manter relações de caráter crítico e contestador com a realidade atual, capaz, a um só tempo, de resistir à axiomática publicitária e reiterar a multiplicidade do real.
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