Como podemos nos comunicar com os objetos?
Mario Perniola e o sentir como forma de se relacionar com o mundo
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i3.28337Palavras-chave:
sentir, não humanos, coisa, filosofia da comunicação, Mario PerniolaResumo
O artigo amplia as possibilidades de compreensão e releitura do significado de comunicação tendo como chave fundamental o conceito de "sentir" formulado por Mario Perniola. Ao questionar a tradição do conhecimento ocidental e o privilégio do pensar em relação ao sentir, Perniola postula como a suspensão da subjetividade poderia conduzir a novas relações com o mundo e os objetos, o que poderíamos observar, conforme destaca, em experiências como o cybersex, o uso de alucinógenos e as sonoridades hardcore. Nesses exemplos, a razão humana daria lugar a modos de acessar o mundo desde fora de si, promovendo o "trânsito" ou a "osmose" entre interior e exterior, algo capaz de "pôr em comum" e, assim, fazer comunicar humano e coisa em um tipo de experiência "neutra". Nessa perspectiva, do mesmo modo que nós, sujeitos, poderíamos renunciar à ação, os objetos poderiam agir sobre nós, despertando nossa atenção ou atraindo-nos, em uma espécie de "sex appeal do inorgânico".
Downloads
Referências
BARTOLONI, P. Objects in Italian Life and Culture: Fiction, Migration, and Artificiality. London: Palgrave Macmillan, 2016.
BIANCHI, E. The Philosophy of Mario Perniola: From Aesthetics to Dandyism. London / New York: Bloomsbury, 2022.
CONTRERAS-KOTERBAY, S. Affrontare Il sex appeal dell'inorganico nell'era della New Aesthetic. In: Le Aventure del Sentire: Il pensiero di Mario Perniola nel Mondo. Milano: Mimesis, 2021, pp. 45-65.
DESCARTES, R. Meditações [1641]. Trad. Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
HUSSERL, E. Méditations Cartésiennes: Introduction à la Phénoménologie [1931]. Trad. Gabrielle Peiffer et Emmanuel Levinas. Paris: Vrin, 1947.
MERLEAU-PONTY, M. Phénoménologie de la Perception [1945]. Paris: Gallimard, 1976.
PERNIOLA, M. Arte, vida e meio. O sex-appeal do inorgânico no Vale do Côa. Trad. S. Azzoni. In: CRUZ, M. T. Arte antes e depois da arte. Lisboa: Côa Museum, 2010, pp. 85-89.
PERNIOLA, M. Dopo Heidegger. Filosofia e organizzazione della cultura. Milano: Feltrinelli, 1982.
PERNIOLA, M. Enigmas. The Egyptian Moment in Society and Art. Trans. C. Woodall. London: Verso, 1995.
PERNIOLA, M. Expanded Epoché. Iris: European Journal of Philosophy and Public Debate, vol. III, n. 6, 2010, pp. 157-170.
PERNIOLA, M. La differenza italiana. L’Erba Voglio, n. 27, pp. 11-16, 1976.
PERNIOLA, M. O sex appeal do inorgânico [1994]. Trad. Nilson Moulin. São Paulo: Nobel, 2005.
PERNIOLA, M. The Sex Appeal of the Inorganic: A Conversation between Sergio Contardi and Mario Perniola. Journal of European Psychoanalysis, n. 3/4, 1997. Disponível em: http://www.psychomedia.it/jep/number3-4/contpern.htm. Acesso em: 10 jun. 2024.
PERNIOLA, M. Transiti. Come si va dallo stesso allo stesso. Bologna: Cappelli, 1985.
SOURIAU, É. Avoir une âme : essai sur les existences virtuelles. Paris: Société d'Édition Les Belles Lettres, 1938.
SOURIAU, É. Les differents modes d'existence [1943]. Préface de Bruno Latour et Isabelle Stengers. Paris: La Découverte, 2018.
WEBER, M. Die protestantische Ethik und der Geist des Kapitalismus: Vollständige Ausgabe [1904-1905]. München: C.H. Beck, 2004.
WEBER, M. Über einige Kategorien der verstehenden Soziologie [1913]. In: Gesammelte Aufsätze zur Wissenschaftslehre. Hrsg. von Johannes Winckelmann. 6. ed. Tübingen: J.C.B. Mohr [Paul Siebeck], 1985, pp. 427-474.
WITTGENSTEIN, L. Philosophische Untersuchungen [1953]. Berlin: Suhrkamp, 2022.
WITTGENSTEIN, L. Bemerkungen über die Philosophie der Psychologie [1940]. Berlin: Suhrkamp, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Eli Borges Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.








