Arquiteturas das masculinidades
corpos histéricos em contato
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i2.28528Palavras-chave:
Histeria, Contato, Masculinidades, AmbivalênciaResumo
Neste ensaio, investigamos as arquiteturas das masculinidades a partir da complexa imbricação entre sexo, gênero, desejo, prática sexual e subjetividade — dimensões que associamos à experiência do contato entre o si e o outro. Privilegiamos os encontros entre corpos historicamente classificados como histéricos, por resistirem às normatividades que regulam a sexualidade. Analisamos os romances Socorro!: estou morrendo de AIDS (1987), de Carraro, Puta (1987) e Folle (2004), de Arcan. Com base na psicanálise, nas filosofias pós-estruturalistas e na teoria queer, elaboramos duas cenas de contato que tensionam os binarismos. As autoras operam uma inversão no jogo de espelhos da tradição, subvertendo o lugar da mulher e da feminilidade como objeto dos saberes e poderes masculinos.
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