Macunaíma em palimpsestos

Resgates do mito e tensionamentos do romance em narrativas contemporâneas

Autores

  • Eduardo Miranda Silva Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Luisa Chaves de Melo PUC-Rio
  • Marina Burdman da Fontoura PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i3.28559

Palavras-chave:

Intertextualidade, Modernismo, Antropofagia, Mário de Andrade

Resumo

No marco dos 90 anos de Macunaíma, de Mário de Andrade, novas obras — a peça Makunaimã: o mito através do tempo e o documentário Por onde anda Makunaíma? — dialogam criticamente com o romance, ao mesmo tempo em que o homenageiam. As obras apontam para uma certa apropriação e dessacralização de Andrade do mito de Makunaima ao mesmo tempo em que reconhecem a importância do livro do escritor modernista. A partir da ideia de palimpsesto, analisamos a peça e o filme e as obras ReAntropofagia, de Denilson Baniwa (2021), para pensar diferentes camadas e sobreposições entre romance, mitos indígenas, estudos antropológicos e suas adaptações. Objetivo é refletir sobre o impacto do romance nos povos indígenas e problematizar o caráter colonialista da dessacralização de suas narrativas, processo que, por sua vez, mantém vivo e em constante transformação o mito de Makunaima em diferentes contextos históricos e midiáticos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Miranda Silva, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. Mestre em comunicação, PUC-Rio. Graduado em Jornalismo, PUC-Rio. Docente na PUC-Rio.

Luisa Chaves de Melo, PUC-Rio

Doutora em Literatura Comparada, mestre em Literatura e professora agregada no Departamento de Comunicação da PUC-Rio. Atualmente, pesquisa as articulações entre representações e hegemonia.

Marina Burdman da Fontoura, PUC-Rio

Doutora em Comunicação Social e Mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Pesquisadora da Equipe PUC-Rio do Obitel Brasil - rede de pesquisadores de ficção televisiva. Foi bolsista-pesquisadora do projeto Cultura Brasileira Hoje, da Fundação Casa de Rui Barbosa. Tem experiência como roteirista e curadora de conteúdo para canais de TV e festivais de cinema.

Referências

ANDRADE, M. de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Chapecó: Editora UFFS, 2019.

BANIWA, D. ReAntropofagia. Sibila: Revista de cultura e poesia, a. 20, 29 nov. 2021. Disponível em: https://sibila.com.br/cultura/redeverorar-1922-1/14281 Acesso em: 13 jun. 2025.

BOLTER, J. D. Transferência e transparência: a tecnologia digital e a remediação do cinema. In: FIGUEIREDO, C. A. P. de; OLIVEIRA, S. R. de; DINIZ, T. F. N. (org.). A intermidialidade e os estudos interartes na arte contemporânea. Santa Maria: Ed. UFSM, 2020. p. 291-312.

BORGES, J. L. Pierre Menard, autor do Quixote. In: BORGES, J. L. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

CANDIDO, A. Dialética da Malandragem. In: CANDIDO, A. O discurso e a cidade. 3. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Duas Cidades, 1998. p. 19-54.

GENETTE, G. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Traduzidos por Luciene Guimarães e Maria Antônia Ramos Coutinho. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2006.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.

HALL, S. Cultura e representação. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Apicuri, 2016.

KRISTEVA, J. Introdução à semanálise. São Paulo: Perspectiva, 2012.

POR Onde Anda Makunaíma. Diretor: Rodrigo Séllos. Boulevard Filmes; Platô filmes. Brasil: 2020. 84 min., colorido.

MICELE, S. Nacional estrangeiro: história social e cultural no modernismo artístico em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SANTIAGO, S. Mário, Oswald e Carlos, intérpretes do Brasil. Alceu, v. 5, n. 10, jan./jun. 2005, p. 5-17.

SANTIAGO, S. O entrelugar do discurso latino-americano. In: SANTIAGO, S. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 9-26.

STERZI, E. Saudades do mundo: notícias da antropofagia. São Paulo: Todavia, 2022.

TAUREPANG et al. Makunaimã: o mito através do tempo. São Paulo: Elefante, 2019.

WAPICHANA, C. Makunaima e Macunaímas. In: ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Antropofágica, 2022. E-book.

WISNIK, J. M. Veneno Remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Downloads

Publicado

18-12-2025

Como Citar

Miranda Silva, E., Chaves de Melo, L., & Burdman da Fontoura, M. (2025). Macunaíma em palimpsestos: Resgates do mito e tensionamentos do romance em narrativas contemporâneas. Revista Eco-Pós, 28(3), 156–180. https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i3.28559