Corpos que fracassam
comunidades imaginadas e sujeitos artificiais em Inferninho
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i2.28508Palavras-chave:
Artifício, Teoria Queer, Fracasso, Comunidade, InferninhoResumo
O trabalho investiga o longa-metragem Inferninho (Guto Parente e Pedro Diógenes, 2018), com o objetivo de investigar as relações entre espaço e corpos queers, entendidos a partir da lógica do artifício e da fantasia. Partimos da hipótese de que os sujeitos dissidentes apresentados no filme mobilizam um conjunto de estratégias relacionadas ao fracasso, à imaginação e às variações do corpo, que propõem modos de vida e de estar juntos, ou ainda, de imaginar comunidades. Ao fracassar em tornar-se sujeitos inteligíveis a partir da norma, os personagens tensionam politicamente os termos do reconhecimento social. O ensaio mobiliza autores da teoria queer contemporânea (Butler, 2018, 2019a, 2019b, 2021, 2022; Edelman, 2004; Halberstam, 2005, 2020), em diálogo com as proposições da biopolítica (Foucault, 2013, 2014; Canguilhem, 2009).
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