“Se mandar pintar o cabelo, eu pinto!”
O embranquecimento extremo dos programas infantis
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.28080Palavras-chave:
Programas infantis de auditório, racismo, branquitude, mídia e infânciaResumo
O artigo faz um panorama histórico dos programas infantis, com destaque para os programas de auditório, de forma a marcar o estabelecimento da fenotipia branca-loira na programação infantil da televisão brasileira. Argumento que esse padrão foi erigido sobretudo a partir de três elementos: 1) o contexto da ditadura militar, 2) a livre entrada de olhares importados sobre os conteúdos infantis na televisão, com destaque para os conteúdos estadunidenses e 3) como parte de uma tentativa de embranquecimento extremo de corpos na mídia, no qual Xuxa aparece como principal (mas nem de longe o único) expoente. Para tanto, analiso aspectos visuais, cênicos e narrativos de programas infantis exibidos durante e após a ditadura militar e me concentro então em três produtos exemplares: Clube da Criança, Balão Mágico e, principalmente, Xou da Xuxa. Esses programas construíram fios condutores orientados pela manutenção do mito da democracia racial em diálogo com o estabelecimento de um padrão fenotípico alimentado por expectativas brancas muito específicas.
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