Reparação de dados e tecno-resistência trans no projeto Eu Existo
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v28i2.28520Palavras-chave:
Resistência algorítmica, Justiça de dados, Estudos queer e trans, Tecnologias TransResumo
Este artigo, fundamentado no diálogo entre os estudos de tecno-resistência e os estudos queer no campo das tecnologias digitais, busca compreender como diferentes grupos LGBTQIAPN+ têm se organizado para enfrentar as desigualdades impostas pelos sistemas algorítmicos. Para isso, concentra-se na análise do projeto Eu Existo, uma parceria entre o grupo Égalitrans, a agência Publicis Brasil e a ONG Casarão. O objetivo da iniciativa é criar um banco de dados com fotos de pessoas trans, contribuindo para a inclusão dessa população em sistemas de reconhecimento e representação digital. A partir de um estudo de caso e entrevistas com os idealizadores, o artigo demonstra que é possível construir uma agência reativa capaz de enfrentar as lacunas e os preconceitos de gênero presentes na cultura algorítmica.
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